IAP Praias Paranaenses
Só em Guaratuba, a Sanepar está investindo na ampliação da rede coletora de esgoto em mais de 140 quilômetros
Um levantamento do Instituto Ambiental do Paraná (IAP) mostra que a maior parte das praias monitorados no Litoral do Estado, nas últimas temporadas, se apresentou com condição própria para banho.
Na temporada deste ano, apenas quatro pontos estiveram impróprios para banho, uma evolução em relação à temporada anterior (2013/2014), quando havia nove pontos impróprios. Dos 47 pontos monitorados pelo IAP, 43 apresentaram boa qualidade da água nesta última temporada – cinco a mais que 2013/2014, que teve 38 pontos próprios para banho.
Entre os fatores que garantem melhor qualidade da água durante as temporadas estão as obras e investimentos da Sanepar, responsável pelos sistemas de água e de esgoto de Guaratuba, Matinhos, Pontal do Paraná, Guaraqueçaba e Morretes.
O objetivo do levantamento é analisar os reflexos dos serviços prestados pelo Governo do Estado e as prefeituras, além de informar à população os locais onde é considerado seguro o banho de mar.
“A melhora na qualidade da água no Litoral está relacionada a diversos fatores, principalmente climáticos e melhorias na infraestrutura”, explica o presidente do IAP, Luiz Tarcísio Mossato Pinto. “Desde 2011 estamos fazendo um trabalho conjunto com outros órgãos municipais e do governo para encontrar pontos clandestinos de lançamento de esgoto, melhorias nos já existentes e diversos trabalhos educação ambiental junto à população”, explica o presidente do IAP, Luiz Tarcísio Mossato Pinto.
TRÊS DÉCADAS – O IAP realiza esse monitoramento há cerca de 30 anos e neste período tanto os locais monitorados quanto a metodologia de análise tiveram avanços. Com base nesta melhoria, é possível fazer uma comparação entre os resultados obtidos nas duas últimas temporadas (2013/2014 e 2014/2015).
Nesse período, o órgão utilizou a mesma metodologia para análise e os pontos de amostragem também atualizados. Os balneários Costa Azul, em Matinhos, e Atami Sul, em Pontal do Paraná, passaram a ser incluídos nos boletins de balneabilidade.
“Ao todo foram modificados quatro pontos em Matinhos porque observamos menor número de banhistas e locais sem risco de contaminação. Ao mesmo tempo, acrescentamos mais dois pontos que não eram monitorados e que vêm apresentando um número cada vez maior de banhistas e com possibilidade de contaminação”, explicou a diretora de Monitoramento Ambiental e controle da Poluição, Ivonete Chaves.
Para essa temporada, o IAP usou um equipamento francês que analisa a qualidade da água em 24 horas e com mais confiabilidade. A tecnologia anterior emitia resultado em 48 horas.
RESULTADOS – O trabalho mostrou que houve evolução na qualidade da água em Porto de Cima, do rio Nundiaquara, em Morretes. A situação inversa aconteceu com o rio Nunes, em Antonina, que na primeira temporada se mostrou próprio para banho e na segunda se mostrou impróprio durante uma semana. Os pontos que se mantiveram impróprios para banho em algum momento de ambas temporadas de verão foram: Ponta da Pita, em Antonina, e os rios Nhundiaquara e Marumbi (na altura do largo Lamenha Lins), em Morretes.
SANEAMENTO – Só em Guaratuba, a Sanepar está investindo na ampliação em mais de 140 quilômetros da rede coletora de esgoto (conjuntos habitacionais Mirim, Choapar 1, Cohapar 2, Esperança, Nereidas, Piçarras, Coroados, Coroados 2 e Barra do Saí). Em breve, começa um grande conjunto de obras de esgoto em Matinhos e Pontal do Paraná.
LIGAÇÃO – Além das obras de ampliação dos sistemas de água e de esgoto e dos investimentos na manutenção dos sistemas, a população vem ampliando o número de imóveis ligados à rede coletora de esgoto. Nos últimos quatro anos 10 mil imóveis se ligaram à rede de esgoto no Litoral.
“A Sanepar implanta a infraestrutura necessária, mas é essencial que a população faça a sua parte, ligando o imóvel à rede coletora de esgoto. Com as obras que estamos fazendo e o aumento das ligações, conseguimos garantir mais saúde à população e aumentam os locais próprios para banho”, afirma o gerente da Sanepar no Litoral, Romilson Guimarães.
MONITORAMENTO – O monitoramento da qualidade da água avalia a concentração da bactéria Escherichia coli (E.coli) na água, que possibilita a verificação da contaminação por esgoto sanitário clandestino, de acordo com os padrões estabelecidos pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama). Ele avalia a possibilidade de uso da água para atividades de lazer de contato primário, ou seja, não é própria para consumo.
São coletadas amostras de água, do mar e de rios nos dias e locais que registram maior fluxo e frequência de banhistas. Nesses pontos que há maior possibilidade de contaminação, como saídas de galeria de águas pluviais, foz de rios no mar, entre outros.
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