O incentivo à agroecologia, ao turismo rural e ao uso e manejo sustentável do solo e dos recursos hídricos são algumas das iniciativas em andamento na Bacia do Rio Miringuava, em São José dos Pinhais. Nesta região, está sendo construída pela Sanepar a sexta barragem para o abastecimento público dos moradores da Região Metropolitana de Curitiba.
A bacia do Miringuava: Turismo Rural e Manejo Sustentável RecursosHídricos
As ações para fomentar o desenvolvimento econômico e socioambiental das comunidades da área da bacia estão previstas no Projeto Básico Ambiental do empreendimento e no Projeto Técnico Social, prerrogativas dos agentes ambientais e financiadores. O trabalho de educação socioambiental junto a moradores e proprietários começou a ser feito pela Sanepar ainda em 2011. Neste ano, com o início da obra, as ações abrangem toda a área da bacia, a fim de melhorar as práticas de uso e ocupação do solo e o uso sustentável da água.
Abordagem domiciliar, reuniões comunitárias, palestras, oficinas, atividades de formação e visitas mediadas à obra são algumas das atividades desenvolvidas. “O trabalho é coerente com o potencial econômico e as características culturais da região abrangida pela obra e busca promover ações para a conservação do manancial de abastecimento”, explica o diretor de Meio Ambiente e Ação Social da Sanepar, Glauco Requião.
IDENTIFICAÇÃO E ENVOLVIMENTO – “Vamos trabalhar juntos”. Este é o convite que a gestora socioambiental da Sanepar Daisy Mara Jayme vem fazendo à população local, a professores das escolas estaduais e municipais. Em julho deste ano, professores do Colégio Estadual Colônia Malhada participaram de uma das reuniões comunitárias que estão sendo feitas para incentivar a adoção de práticas sustentáveis e a multiplicação de uma nova cultura conservacionista.
Para a professora de História Luciane Palaro das Chagas, a palavra que dá nome ao rio está marcada em sua vida. “Meu CEP é Miringuava”. “A primeira coisa que a gente trabalha com os alunos que chegam ao sexto ano é o uso da água. Principalmente, porque as primeiras civilizações da humanidade se formaram em torno de grandes rios. Cito a Mesopotâmia, a ‘terra entre rios’, para mostrar a necessidade do ser humano de estar próximo a fontes de água”. Segundo a professora, os alunos, a maioria filhos de agricultores, conseguem identificar a necessidade de ter o rio próximo. “Eles sabem que também dependem dos rios, como o povo da antiguidade, para consumo próprio, para a criação dos animais e a irrigação das roças.”
Luciane diz ainda que busca conscientizar os alunos sobre o consumo da água. “Cuidar para que a água do rio não tenha agrotóxico, para que se mantenha limpa por muito mais tempo. Isso não é só pra ele, tem que ficar para a posteridade. Quanto mais cuidarem do rio, mais vão cuidar da agricultura deles.”
AGROECOLOGIA – Uma das iniciativas na Bacia do Rio Miringuava, que há mais de 30 anos é manancial de abastecimento, é promover práticas agroecológicas. Este trabalho é desenvolvido em parceria com o Centro Paranaense de Referência em Agroecologia (CPRA), Emater e Embrapa.
Inicialmente, segundo Daisy, o trabalho está sendo feito para que os agricultores da região conheçam o sistema agroecológico, por meio de reuniões comunitárias, oficinas e visitas a produtores que já desenvolvem a agricultura sem o uso de agrotóxicos em outras cidades da Região Metropolitana de Curitiba.
A professora de Geografia Celina Guerra é uma das pessoas interessadas em saber mais sobre a agroecologia. Ela mora com a família na Roça Velha, próxima à área da Barragem Miringuava. “Pode ser um pouco difícil inserir um assunto assim na comunidade, mas é extremamente importante porque é uma região agrícola que depende da água e do solo”. Celina também trabalha o tema do uso sustentável do solo com os alunos da Colônia Malhada. Parte da comunidade integrará a Área de Preservação Ambiental do Miringuava.
AÇÃO CONJUNTA – Os governos municipal e estadual também são proponentes e apoiadores de iniciativas de desenvolvimento econômico e socioambiental na região. Alguns projetos são pioneiros no Brasil, como o Pagamento por Serviços Ambientais (PSA), uma forma de incentivo do Governo do Estado a práticas de uso do solo que não prejudiquem a área de manancial.
A OBRA – A Sanepar iniciou a construção da Barragem do Miringuava no segundo bimestre deste ano. Localizada no município de São José dos Pinhais, terá capacidade para armazenar 38 bilhões de litros de água. Quando ficar pronta, vai garantir o atendimento à demanda por água tratada dos moradores da Região Metropolitana de Curitiba (RMC) até o ano de 2030. O valor total do empreendimento é de R$ 87,8 milhões.
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Saiba mais em: http://site.sanepar.com.br/conteudo/acoes-socioambientais-na-bacia-do-miringuava
foto: https://pt.wikipedia.org/wiki/Conserva%C3%A7%C3%A3o_da_natureza
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